Neymar foi
vaiado após o empate com o Mogi Mirim. Jogou pouco, esticando uma temporada de
partidas em que não marca gols e mostra um exacerbado individualismo em campo. Teve
participação decisiva ao, no ar e desequilibrado, oferecer a Cícero a chance de
marcar o nosso primeiro gol. Mas foi pouco.
Neymar se
disse triste pelas vaias e lembrou que já fez muito pelo Santos. Tem razão ao
se sentir triste e ao lembrar que fez muito pelo Santos. Ele, hoje, ressalvadas
as devidas diferenças, representa o que Pelé representou para o alvi-negro da
Vila Belmiro em seu tempo.
Não estive
na Vila Belmiro, mas chamaram-me a atenção algumas circunstâncias em torno das
vaias. A principal delas foi o fato de os torcedores que estavam em cima da
entrada do vestiário do Santos terem feito questão de declarar que as vaias
eram para Neymar – intenção destacada pelo jornalista Samir Carvalho, do UOL, cujos
textos só divulgam críticas à atual direção do Santos (será porque ele também
trabalha na emissora de TV do ex-presidente do Santos, Marcelo Teixeira?).
Destaco esse
detalhe porque ele me recorda o ocorrido em torno de Ganso, na fase final de
seus desentendimentos com a diretoria. Daquele mesmo ponto das arquibancadas,
torcedores o chamaram de mercenário e jogaram moedas sobre o atleta. A ação,
evidentemente, visava acirrar ânimos e apressar um infeliz desfecho nas negociações
entre o Santos e Ganso.
É evidente
que o nosso Neymar atravessa um momento pouco produtivo e eu mesmo tenho
escrito aqui que ele está muito individualista em campo, querendo do resolver
tudo sozinho, sem jogar com os demais companheiros.
Ontem, Muricy disse que ele
foi mais “tático”, cumprindo a função de buscar a bola no meio campo e sair
jogando com os companheiros. Por que esse entrosamento, digamos assim, não
ocorreu antes?
No jogo
contra a Inglaterra, Neymar jogou taticamente e teve participação decisiva na
construção do gol de Oscar. Já no da Rússia não posso dizer nada, porque não
vi. Felipão disse que conversou muito com Neymar. Sua atuação tática terá sido consequência
dessa conversa? Felipão chegou a dizer que Neymar jogou como Muricy gostaria
que ele fizesse no Santos. Por que ele não jogava assim, então?
O fato é que
Neymar vive um momento importante na sua carreira, que aumenta suas
responsabilidades.
Quem poderia
desmentir a existência desse contrato categoricamente, o pai de Neymar, não se
manifestou na imprensa. O Santos só pode dizer que não conhece o contrato, pois
não é parte dele. O próprio Neymar já disse que não há nada disso, mas só o pai
dele pode desmentir categoricamente.
Paralelamente,
ganha espaço o debate se é justo, ou não, para o Santos que Neymar deixe o
clube em 2014 sem que o alvi-negro ganhe nada, como prevê o atual contrato.
Conselheiros corneteiros do Santos, que não constroem só criticam, começam a
animar esse debate. Não ficaram felizes e contentes quando o Santos segurou o
Neymar e acabou campeão da Libertadores? E agora criticam o acordo que permitiu
a permanência do maior jogador do país no nosso time? Cobram que o Santos prove
que a permanência de Neymar rendeu dividendos para o clube. Querem a resposta
em cifrões, esquecendo-se que a presença do garoto rendeu benefícios ao
alvi-negro em valores concretos (melhores patrocínios, cotas de TV, aumento de
torcida) e intangíveis como o fortalecimento da imagem do clube, que acabará
gerando mais recursos financeiros.
De todo
modo, a direção do Santos conversa com o pai de Neymar sobre uma possível
renovação de contrato até 2016, o que tem gerado constantes notícias na
imprensa. Dessa conversa, podem resultar: nada; a permanência dele por mais
dois anos; ou, se assinado o contrato, a possibilidade de quem levar Neymar em
2014 tenha que pagar uma multa, o que seria um ganho para o Santos e até para a
DIS, que detém parte dos direitos econômicos sobre o jogador. Mas acredito que
essas negociações ainda vão se arrastar.
Outro
desafio importante e de peso com o qual Neymar está convivendo é a proximidade
da Copa das Confederações, competição em que terá que mostrar ao mundo que é o
grande jogador que todos acreditam que seja. Por enquanto, Neymar sofre na Seleção
Brasileira o mesmo problema pelo qual Messi passou na da Argentina. Não joga à
altura de seu talento. A Copa é o momento para confirmar sua genialidade – ou não.
Pelé não
teve que enfrentar todas essas circunstâncias no seu tempo. Estreou na Seleção
tendo participação decisiva na conquista da Copa do Mundo de 1958. Entre 1958 e
1968, teve, ao seu lado no Santos, um esquadrão de craques que jogava por
música. E, embora clubes europeus tenham tentado contratá-lo, o futebol
brasileiro era de primeira linha e não havia a pressão dessa febre especulativa
que caracteriza a mídia nestes tempos de Internet.
Ao fazer
essa comparação, quero deixar claro que não estou igualando Neymar a Pelé
futebolisticamente, apenas comparando as circunstâncias que envolvem e
envolveram duas estrelas do Santos, cada uma em seu tempo.
O que o
nosso Neymar precisa é de compreensão em relação ao momento que vive e às
dificuldades que enfrenta, principalmente de nós, a torcida do Santos, porque
das outras nada se pode esperar. Em campo, nosso time precisa se entrosar de
vez, Montillo deve voltar a ser o de 2011 e Neymar deve jogar coletivamente,
sendo o ariete de uma equipe taticamente organizada.
A nós cabe o
papel de rezar, e rezar muito, para que Muricy consiga por esse desenho em
prática e torcer e incentivar nosso time em campo.
Caro Serrano,
ResponderExcluirdesculpe-me, mas quem esteve na Vila disse que as vaias foram direcionadas ao time e ao técnico. Assim, você reproduzir notícias do UOL ou fontes que idênticas para basear parte do seu post é dar munição para esta corja.
Outra ponto é você dizer que a especulação pela imprensa da saída de Neymar é injustificada. Injustificada? Claro que não, todo torcedor do Santos sabe que grande parte dela quer Neymar fora do Santos e do Brasil, não só porque ele é uma pedra no sapato dos rivais e, principalmente, porque há muitos jornalistas intere$$sados na venda dele (na realidade indiretamente, através de quem realmente tem interesse - DIS, 9ine, Wagner Ribeiro, etc.). Por isso, vaias para a equipe viram vaias para Neymar, como Samir do UOL relatou, Cosme Rímoli do portal R7, ...
Bom dia caro Serrano, a diretoria não enxerga o q acontece nos bastidores, ou são coniventes? Até qdo teremos q aguentar esse técnico? Sei q querem fazer as coisas certas, mas tudo tem limite. A equipe precisa de nova mentalidade no comando técnico, pq insistir com alguém q já tentou e não conseguiu mudar o time, esse técnico não consegue dar padrão de jg, não treina jogadas, não se recicla, não muda suas convicções, ou seja, parou no tempo. Há de se fazer algo, antes q sr torne algo impossível de reverter. Abraços santasticos.
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