Santos FC

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terça-feira, 16 de agosto de 2016

Nascer, viver e no Santos morrer, um orgulho que Laor teve

Laor foi enterrado ao por do sol de hoje, no Cemitério Gethsemani, aqui em São Paulo, ao som de “Agora quem dá bola é o Santos”, cantado por suas filhas. Ao que um amigo completou “Nascer, viver e no Santos morrer é um orgulho que nem todos podem ter”.

Todos nós, santistas, temos esse orgulho pelo Santos e a maior parte de nós temos muito orgulho pelo que o Laor fez pelo Santos, nos levando, 40 anos depois, a ser novamente campeões da Libertadores da América. Foi o presidente mais vitorioso desde a era de Athié Jorge Coury, que comandava um time com o genial e incomparável Pelé.

Laor, além dos títulos conquistados, foi um presidente diferenciado,  e até por isso mesmo levou o time a essas consagrações. 

Sociólogo, politicamente experimentado a nível nacional e internacional, colocou seu talento a serviço de reconquistar o lugar do Santos no cenário do futebol mundial. Colocou seu talento a serviço de sua paixão, o Santos Futebol Clube. 

Paixão de família. Laor nos deixa quando o Santos comemora o centenário da Vila Belmiro. Seu avô, Álvaro Ribeiro, quando presidente em exercício do Santos, assinou a escritura de compra do terreno da Vila Belmiro, finalizando um negócio iniciado pelo presidente Agnelo Cícero de Oliveira, meu tio avô, que estava licenciado por problemas de saúde.

Coincidências da história: Álvaro Ribeiro morreu às vésperas da inauguração do estádio, seu neto, Luís Álvaro morreu no centenário.

Pus uma colher nessa história de paixão entre Laor e o Santos. Em 2003, nosso grupo procurava um candidato viável, que pudesse vencer a resistência de boa parte dos santistas de Santos a um candidato a presidente de São Paulo. Disse-lhe que, por ter nascido em Santos, onde viveu por 3 anos, e pela sua história familiar no clube, ele poderia conquistar a simpatia de muitos eleitores. Em 2003, só conquistou 40% dos votos, mas o recall e as mudanças no ambiente político no clube, levaram à vitória de 2009.

Por trás dos títulos conquistados na era Laor, esteve a sua ousadia em contrariar a sina de exportação permanente dos craques brasileiros para o exterior ao menor sinal de demonstração de talento. Manter Neymar por dilatado período na Vila Belmiro foi fundamental para as conquistas do Santos e mostrar ao Brasil que exportar craques não é uma maldição inescapável.

O fim dessa história foi controverso, com o pai de Neymar jogando aèticamente e Laor pressionado pelo risco de criar um caso com o craque e seu progenitor, a poucos meses da disputa do tão sonhado título mundial em Tóquio contra o então invencível Barcelona. Pior, pressionado pela deterioração de seu estado de saúde, que levou-o  a, mais adiante, a renunciar à presidência do clube. Não foi um momento fácil. Assim como não é fácil ser presidente de clube de futebol no Brasil de hoje.

Piadista, frasista, alegre, bem humorado, ótimo de conviver, Laor tocou a presidência do Santos muitos tons acima do tradicional. Apontou um caminho para um clube que procura restaurar toda a sua grandeza passada, única na história do futebol mundial. Com ele, vislumbramos a possibilidade de avançar e vivemos uma era de felicidade, nos enchendo diariamente do orgulho que nem todos podem ter.

Em sua nova dimensão, Laor deve ter sido recebido com esse orgulho por seu avô e certamente darão muitos vivas ao centenário do estádio onde o maior jogador de todos os tempos, Pelé, desfilou seu inigualável talento, liderando um time fantástico e, de tempos e tempos, revela uma nova safra de craques para o futebol.

Obrigado Laor por colocar a sua paixão a serviço da paixão de todos nós.


Viva Laor!

Viva o Santos Futebol Clube!

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